Como todo brasileiro, como mãe, como pessoa sensível que sou, eu não poderia deixar de me manifestar sobre tal episódio.
Em minhas leituras encontrei algo, de autoria de Paulo Mazella, em 2007, que diz: "Os meios de comunicação certamente trabalham com nossos sentidos, mas a decupagem que fazem do mundo em imagens e palavras, parece-nos relativamente arbitrária quando retiradas da complexidade perspectiva que o corpo sintetiza, porque tendem a concentrar essas palavras e imagens de um mesmo continuum sensório a que pertencem por direito em objetos técnicos de fato. Palavras e imagens tornam-se efetivamente um meio de comunicação quando, aprisionadas na estabilidade de uma matriz epistemológica, transformam um estímulo sensório em objeto técnico passível de cognição".
Bom, tudo isso é para introduzir que muita gente deve estar cansada e dizendo já basta de tanto falar no caso da menina Isabella. Será?, eu me pergunto. Será que não temos que digerir ao máximo esse sentimento de indignação diante do fato ocorrido, concentrando as notícias e os argumentos e imagens apresentados deste mesmo "continuum sensório" para que possamos entender ou ao menos tentar entender o que realmente aconteceu?
Minha gente, foi brutal! Seja quem for o assassino, um terceiro, o pai, a madrasta, sei lá não sou eu que tenho as provas nem sou perita em julgamento, será que devemos nos conformar com tal brutalidade? Está certo que milhares de crianças são maltratadas e assassinadas a todo o momento. Mas essa veio à tona, a mídia utilizou do que tem de melhor para fazer valer o direito de todo o cidadão. Ter a visibilidade do acontecido, participar com sua opinião a respeito do fato. E da própria menina, mesmo depois de morta, ter o direito de dar a conhecer quem é o autor de sua morte.
Toda a criança é, por natureza, "levada". Em algum momento irá aprontar alguma coisa que tirará pai e mãe do sério. Mas existe motivo para tal ato de brutalidade? Existe justificativa para matar uma criança por ciúme, por alguma arte que tenha feito, pela falta de limites que é obrigação do pais lhe impor? Como pode uma criança ser machucada, ser esganada, ser ferida de morte e depois ser jogada do sexto andar de um prédio como se isso não fosse lhe causar a morte?
Não encontro explicações para tal fato, a não ser a falta de valores, de amor, de carinho, de diálogo, de convivência em família. A vida se tornou algo banal. Pode ser tirada por qualquer motivo e a qualquer tempo, não interessa se a pessoa tenha apenas cinco anos de idade.
Minha indignação é tamanha que espero que a justiça seja feita, que a mídia continue a enfatizar o fato para que as palavras e imagens se tornem efetivamente um meio de comunicação que, "aprisionadas na estabilidade de uma matriz epistemológica", transformem essa indignação "em objeto "passível de cognição". Ou seja, a sociedade deve continuar sensibilizada, indignada, gritando por justiça para fazer valer o seu direito de cidadão que é a participação.
Meus amigos, vamos ajudar, como cidadãos, a justiça a desvendar esse caso e penalizar as pessoas que mataram essa menina e que as que matam, abandonam, mutilam e maltratam outras crianças todos os dias.
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